quarta-feira, 13 de abril de 2011

2011/04/13 O dia do Beijo

                                                
                                           


Este beijo em tua fronte deponho!
Vou partir. E bem pode, quem parte,
francamente aqui vir confessar-te
que bastante razão tinhas, quando
comparaste meus dias a um sonho.
Se a esperança se vai, esvoaçando,
que me importa se é noite ou se é dia...
ente real ou visão fugidia?
De maneira qualquer fugiria.
O que vejo, o que sou e suponho
não é mais do que um sonho num sonho.
Fico em meio ao clamor, que se alteia
de uma praia, que a vaga tortura.
Minha mão grãos de areia segura
com bem força, que é de ouro essa areia.
São tão poucos! Mas, fogem-me, pelos
dedos, para a profunda água escura.
Os meus olhos se inundam de pranto.
Oh! meu Deus! E não posso retê-los,
se os aperto na mão, tanto e tanto?
Ah! meu Deus! E não posso salvar
um ao menos da fúria do mar?
O que vejo, o que sou e suponho
será apenas um sonho num sonho?

Edgar Allan Poe

4 comentários:

  1. O poema é bonito.
    Parece-me que seria bom reinventar o beijo e dar-lhe o carinho e o valor que um beijo tem.

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  2. Lindo poema.......olha nem sabia que havia um dia do beijo... (é só ignorância)mas, para me redimir vai daqui uma grande beijoca para ti, p´ra minha querida Adélia e para a tua mana...e acredita que é um beijinho muito carinhoso...

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  3. Filhota
    Lindo este poema, boa escolha, por vezes basta-nos um gesto, mesmo sem beijo, mas acho que se devia dar o devido valor a um simples beijo.
    Não, não te vou deixar um beijo, mas milhões deles.
    Amo-te tanto (pa xempe)

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  4. Amiga excelente escolha, lindissimo poema.
    Não sabia que havia um dia do beijo, mesmo já tendo passado o dia deixo aqui um grande beijinho para si.
    Tenha uma excelente semana.
    Maria

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