quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Casa-Museu 18 de Janeiro de 1934



A Casa-Museu 18 de Janeiro de 1934, inaugurada a 18 de Janeiro de 2008,
 situa-se no Largo 18 de Janeiro de 1934, no lugar de Casal Galego, Marinha Grande.

…uma casa que já não é uma casa…
Humilde nas formas, nas dimensões e na matéria com que é feita, esta casa, que já não 
é uma casa,
 fez-se memória das dolorosas lutas operárias por um futuro mais livre e justo,
 ultrapassando a dimensão material da sua simplicidade para se transformar um 
símbolo de luta
e coragem dos homens.

Estava-se no início de 1934. Com o mudar do ano, entra em vigor o Estatuto Nacional
do Trabalho,fascista, e os sindicatos livres eram oficialmente proibidos, dando origem 
a outros,subjugados ao poder corporativo. Por todo o País, os trabalhadores combatem
a fascização dos sindicatos e convocam para 18 de Janeiro uma greve geral revolucioná-
ria,com o objectivo de derrubar o governo de Salazar. 
A insurreição falha, mas na Marinha Grande os operários vidreiros tomam o poder.
Apenas por algumas horas, é certo, pois a repressão esmagaria a revolta.
No resto do País,esperavam-se acções iguais, mas em nenhum outro lado se repetiu
o gesto dos operários marinhenses.
Apesar de fracassada, a revolta dos trabalhadores vidreiros fica na história como um
momento alto da resistência ao fascismo. E deixou sementes, que germinaram numa 
manhã de Abril,precisamente quatro décadas depois.
Contrariamente ao que sucedeu nas restantes localidades no dia 18 de Janeiro de 1934, 
na Marinha Grande os objectivos da greve geral revolucionária foram cumpridos:
os operários tomaram o poder.
Cercada a vila e cortados os acessos, os trabalhadores marinhenses ocuparam os 
Correios e o posto da GNR.
Derrotado o levantamento popular, começaram as perseguições e as capturas aos 
dirigentes sindicais, na sua maioria comunistas.
Na noite de 18 e nos dias seguintes, varreram toda a região, casa a casa.
Nem o Pinhal de Leiria ficou por varrer.

Justificação
O prédio em causa chegou à posse do município por doação de JOAQUIM ALVES DA 
CRUZ,LIMITADA, realizada por escritura de 15 de Novembro de 2002.

Em Julho de 2004, verificado o avançado estado de degradação, procedeu-se a uma 
limpeza geralda envolvente do imóvel e remoção de elementos derrubados que poderiam
ameaçar a segurança pública e dos prédios confinantes.
Reconhecida a importância histórica desta habitação nos movimentos revolucionários
do operariadono início do século XX e a necessidade de preservação da memória colec-
tiva da participação dosmarinhenses na sublevação de 18 de Janeiro de 1934,
o Vereador do pelouro, em 17-08-2004, emitiu despacho no sentido de se elaborar
estudo de preservação do imóvel e do seu contexto histórico.
Em 2007, procedeu-se à formulação de uma solução arquitectónica que recrie
a volumetriado imóvel, assegurando a preservação do seu interior para espaço 
expositivo sobre os acontecimentos que aqui tiveram o seu início, criando um
MEMORIAL e um repositório documental sobre o movimento do 18 de Janeiro e às pessoas 
que participaram na revolução e que posteriormente vieram a ser perseguidas e encarceradas.

                           

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