Bom fim de semana

Vagueio entre sombras, não vendo nem me vendo, não sentindo nem me sentindo, não sabendo sequer quem sou.
Sou talvez a figura do sonho de alguém que nunca acordou.

Para a minha querida Flor de Jasmim...

Farta...

Estou farta de ser magoada, enganada, traída...
Está a ser difícil aguentar. As forças estão a acabar, as lágrimas não param de correr.
Não consigo pensar...
Está a ser difícil aguentar...
Perdão a quem magoei sem razão...
Mas a minha cabeça está num turbilhão...

Obrigado pela minha Liberdade...

Morreu o antigo subsecretário de Estado do Exército, no governo de Marcelo Caetano, coronel Viana de Lemos.

O corpo do Coronel Viana de Lemos estará em câmara ardente no Centro Funerário São João de Deus, em Lisboa, a partir das 17.30.
No domingo, haverá lugar a uma missa às 14.00, seguida de funeral para o cemitério do Alto de São João.
Em Novembro de 1973, na sequência de uma remodelação ministerial que afasta o ministro da Defesa, general Sá Viana Rebelo e o secretário de Estado do Exército, Alberty Correia, Viana de Lemos é designado subsecretário de Estado do Exército,, cargo que ocupou até 25 de abril de 1974 quando o governo da ditadura foi derrubado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA).

Querer fugir e não ter para onde...
Querer gritar e não conseguir...
A minha vida mudou completamente e não sei como agir...
Querer mudar...

Com ansiedade vou interrogando.
Peço ao mar e ao vento que me esclareça,
com o peito oprimido fico chorando,
sucumbida sem que isso aconteça...
Contra o silêncio do mar de palha, ecoarão as vozes da nossa geração; cantaremos as nossas palavras na noite.
As estrelas brilharão mais, e as guitarras tocarão para sempre...

Pensamentos vazio enchem a minha mente com as tintas da realidade sujando as páginas;
Como sangue pelo chão, fluindo sem parar, contínua mudança;
Realidade tomando forma perante os teus olhos.
A ilusão é a única fuga à realidade...

Há suspiros no espaço vaporoso, na noite funda;
Há um silêncio que exala uma doçura infinda.
Palpita na noite um clarão que ofusca, assim me fala essa visão nocturna...

A estupidez do Homem transformou o mundo numa granada.
A sua ignorância tirou a cavilha.

Desilusão...

Ensinam-nos a acreditar que a vida é senão um mar de rosas.
Mentiras!
Porque não nos ensinam antes a vestir a armadura contra o sofrimento?
Porque não nos ensinam que as pessoas amam e odeiam, da mesma maneira que a paixão se transforma em desilusão?...

A minha simples homenagem a um grande músico,
mais um que a morte levou...

O meu poema:
Vejo sombras ténues, fragmentadas pela volúpia da tristeza.
Com que magia vaguei a indolência do momento, pelas lágrimas da melancolia, sobre as janelas do sofrimento...

Dizem que sou demasiado introspectiva no que escrevo. Mas ao lerem, sentem-se íntimos no que lêem.
Porque será que tantos usamos a escrita como mensageira do amor e solidão?
Temeremos assim tanto o mundo exterior?...

Quando todos os dias ficam iguais, é quando as pessoas deixaram de perceber as coisas boas que aparecem nas nossas vidas, sempre que o sol cruza o céu...

... e afinal o que somos nós?
Nós somos apenas pequenos nadas neste grande nada que é a vida.
Somos apenas a essência do pensamento de um deus qualquer.

Para ti paizinho...

Papá...

Morrer é voltar a nascer vivendo o presente, esquecendo o passado e  imaginando o futuro.
Só é triste eu não conseguir esquecer o meu passado, nem parar de sonhar, e parar de pensar na pessoa que amava e vi morrer,
Por muito doloroso que seja recordar, resta a certeza que infelizmente tudo acabou.
Independentemente do futuro, o passado ninguém nos tira.
Sinto a tua falta papá...